segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Rastafaris de Dallas - Texas

Um dos lugares mais interessantes que emergiu o sentimento Rastafari foi Dallas – Texas. O Texas é um dos lugares mais religiosos do mundo ocidental. Texas é o lugar onde o Cristianismo domina a vida social de uma grande parte da população. Texas também é um lugar de especial discriminação para com Africanos e esta talvez seja a razão do crescimento do Rastafari naquela área.
Os primeiros Rastas apareceram em Dalas há uns vinte anos atrás. A maioria trazida pelo sucesso que o Reggae fez e continua fazendo naquela área. Não se sabe quantos Rastafaris moram por lá, porém em uma recente celebração do aniversário do Haile Selassie I apareceram mais de 500 Rastas. A maior parte dos Rastas de Dalas é de Afros descendentes que procuram por respostas através de movimentos como os “Panteras Negras” ou o “Nação do Islã” entre outras Igrejas Africanas, e acabam se sentindo tão vazios quanto quando chegaram. Moore gastou a maior parte de sua vida procurando por estas respostas. Ele entrou na “Nação Islã” e se sentiu mais oprimido do que antes. Moore se tornou um Rasta e sua vida tem melhorado. “Tem sido uma vida dura, mas como Rasta, temos que continuar em frente” (Jones pg. 4).
Esta citação de Moore mostra como o Rastafari o ajuda a superar a dureza do dia a dia.
Os Rastas de Dalas enfrentam muitos dos problemas que outros Rastafaris do mundo enfrentam. Como as maiorias dos Rastafaris vivendo ao redor da Terra, eles enfrentam o problema de fumar a erva religiosa, a Ganja. A pesar disso os Rastas de Dalas atendem aos rituais de Niubingui em toda Lua cheia de Dalas. Os Rastas de Dalas tentam lutar pelas suas crenças na Gaja, ajudando a comunidade a cuidar de pessoas que tenham problemas com drogas pesadas através do uso da Maconha. Os Rastas participam dos manifestos antidrogas promovidos pelos Muçulmanos da área e fazendo isso querem mostrar que não são a favor de drogas. Demonstrando este interesse pelo assunto eles querem ajudar na luta antidrogas e esperam que também ajudem eles a legalizar o uso ritual da Ganja.
Os Rastas também enfrentam descriminação religiosa em Dalas. O filho de Moore, Jameel Moore foi suspenso da escola por usar sua coroa na classe de sexta série. O diretor suspendeu Jameel porque ele estava quebrando uma regra que proibia o uso de chapéu na escola. Moore argumentou que aquilo não era um chapéu e sim um adorno cultural, assim como o solidel para os Judeus e o turbante para os Hindus. A conversa acabou quando a escola oprimiu tanto o jovem Jameel que ele foi obrigado a engolir seu orgulho e aceitar não mais mostrar sua fé usando a coroa na escola.
Outro caso de opressão contra Rastafaris é o de Carols e Dana Jackson. Os Jacksons são um casal Rasta que tentou melhorar o relacionamento com a vizinhança da área de West Dalas. Eles encontravam casas abandonadas e as reformavam. No processo de reforma eles pintavam imagens de Marcos Garvey e Haile Selassie nas paredes das casas. Eles faziam jardins e hortas nos locais, colocavam animais que podiam ser cuidados pela população. Quando eles começaram a prestar seções de Niubingui
Denunciados por violação de código e eventualmente presos por possessão de Maconha.
As mulheres da comunidade Rasta de Dalas no Texas parecem ser mais bem tratadas que em outras comunidades Rastafari ao redor do mundo. Também elas são tratadas com igualdade, participam do ritual da Ganja e não são forcadas a ficar em casa como mulheres Rasta de outros lugares. Isto provavelmente é fruto do lugar onde vivem. A cultura Rastafari em Dalas não é tão radical quanto na Jamaica e em outros lugares.
Os Rastas de Dalas parecem não ter aquele espírito rebelioso que os Jamaicanos e Etíopes tem. Muitos Rasta Texanos fazem parte da economia formal, pagam taxa e tem emprego fixo. Isto porque é muito difícil para um Rasta sobreviver na informalidade em Dalas. Os Rastafaris de Dalas parecem ser os mais tranqüilos, menos rebeldes e menos motivados a por Babilônia a baixo. O motivo para isso é que lá eles sofrem menos repressão e opressão que em outros lugares. Outro motivo é por Dalas estar muito mais longe do mundo Africano. O Texas tem uma grande população de Afro-descendentes, porém estas pessoas não sentem tanta opressão quantos outros negros sofrem, como na Jamaica por exemplo. Outro motivo é por que existem poucos Rastas na área, que reflete o nível de baixa intensidade do que pode ser uma comunidade Rasta.
Rastafari em Dalas é um movimento mais religioso que cultural ou social. Tanto na Jamaica como na Etiópia é o inverso.
O fato de o Rasta de Dalas ser menos intenso não quer dizer que eles não sejam Rastafaris. Isto só demostra como o Rastafari pode ser diferente ao redor do mundo. Isto não é diferente de pessoas de outras religiões. Toda religião tem pessoas com fé de diferentes níveis e compreensão.
Um bom exemplo disto é a fé Judia, assim como existe o Judeu ortodoxo que tem um nível extremo de crença, outros Judeus por exemplo seguem a “Judeus Reformistas” que leva a fé em um nível bem mais leve.
Então os Rasta da comunidade “Doze Tribos de Judah” podem ser comparados com os Judeus Ortodoxos e os Rastas de Dalas com os Judeus Reformistas.
Independente das diferenças que existem entres estes grupos de cultura Rastafari eles continuam dividindo o mesmo principio básico Rastafari. E o primeiro e mais importante deles é que amam e são devotos de Haile Selassie I.
Em segundo lugar, eles querem lutar contra a opressão do homem negro. Terceiro, eles odeiam e pregam a queda da Babilônia. Quarto, ritualisticamente todo Rasta usa a Ganja para alcançar a clareza de espirito e para se conectar com nosso Jah. Quinto, a aparência com o estilo de cabelo e a barba. E por ultimo e mais importante, é o amor do Rasta pelo mundo e o desejo de união do homem.
O propósito deste texto na discussão do Rastafai nos mais diferentes ambientes é demonstrar quanto amplo é o espectro da desta fé. Ao mostrar Rastas extremistas como os da “Doze Tribos de Judah” que vivem na Etiópia, mostramos quanto séria esta fé pode ser. Em outra mão, ao mostrar os Rastas de Dalas que são menos ortodoxos, mostramos que esta religião não é sempre tão radical. Nossa intenção foi também demonstrar que o Rastafari existe em todo o mundo. O ponto é que o Rastafari esta em todo lugar, assim como a opressão. Onde houver o peso negativo da opressão você encontrará a força positiva de um Rasta, seja ele negro, branco ou de qualquer outra etnia.

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